Este vídeo, montado a partir da música de Chico Buarque, mostra a realidade angustiante vivenciada por diversos educadores pelo Brasil afora, especialmente por aqueles que lecionam comigo.
Não é uma crítica a pessoas (as quais devem ser respeitadas sempre, mesmo que não respeitem), mas a determinadas ATITUDES.
Afinal, o pecador (sujeito) não pode confundido com o pecado (sua ação), como afirmou várias vezes o grande Teólogo Santo Agostinho.
As pessoas que oprimem deveriam pensar que para cada ação, há uma reação. Optei por reagir artisticamente, porque ainda acredito no ser humano e nos princípios democráticos.
Abraços cordiais a todos!
Professor João César
São Paulo - SP - Brasil
(primavera de 2008)
02 outubro 2008
Apesar de Você
01 janeiro 2008
Eduquemos com o coração de Dom Bosco - Sonho dos 9 anos
O SONHO DOS NOVE ANOS.
(descrição, pelo próprio Dom Bosco):
"Naquela idade tive um sonho, um sonho que me ficou profundamente gravado por toda a vida. No sonho pareceu-me estar perto de casa, numa área bastante espaçosa, onde brincava uma multidão de meninos. Alguns riam, outros jogavam, não poucos blasfemavam. Ao ouvir aquelas blasfêmias, lancei-me imediatamente no meio deles, tentando com socos e palavras fazê-los calar.
Nesse momento apareceu-me um Homem venerando e nobremente vestido. Um manto branco cobria-lhe toda a pessoa e o seu rosto era tão luminoso que eu não o podia fixar. Chamou-me pelo nome e ordenou que me pusesse à frente daqueles meninos, acrescentando estas palavras:
- Não com pancadas, mas com a mansidão e a caridade é que Você deverá ganhar estes seus amigos. Ponha-se logo a instruí-los sobre a feiúra do pecado e a preciosidade da virtude.
Confuso e assustado, respondi que eu era um menino pobre-e-ignorante, incapaz de lhes falar de religião. Naquele instante os meninos, parando de brigar e gritar, juntaram-se ao redor do Personagem que falava.
Quase sem saber o que dizia, perguntei: - Quem é o senhor que me ordena coisas impossíveis? -
Justamente porque parecem impossíveis é que V. deve torná-las possíveis com a obediência e a aquisição da ciência.
- Onde e com que meios posso adquirir a ciência?
- Eu lhe darei a Mestra: sob a sua orientação poderá tornar-se sábio. Mas sem ela tudo se torna estultice.
- Mas quem é o senhor que me fala deste modo?
- Eu são o filho dAquela que sua mãe o ensinou a saudar três vezes ao dia.
- Minha mãe me ensinou a não me juntar com aqueles que não conheço sem sua licença. Qual é o seu nome?
- O meu nome? Pergunte-o à minha Mãe.
Nesse momento vi a seu lado uma Senhora de aspecto majestoso: vestia um manto tão resplandecente que cada ponto parecia uma fulgidíssima estrela. Percebendo-me cada vez mais confuso nas perguntas e respostas, acenou para que me aproximasse. E tomando-me com bondade pela mão, me disse:
- Olhe! Olhando percebi que aqueles meninos haviam fugido e em seu lugar estava uma multidão de cabritos, cães, gatos, ursos e outros animais.
- Eis o seu campo! É aí que Você deverá trabalhar. Torne-se humilde, forte, robusto: e o que agora está vendo acontecer com esses animais, Você o fará por meus filhos!
Tornei então a olhar: em vez de animais ferozes, apareceram mansos cordeirinhos que, saltitando e balindo corriam ao redor daquele Homem e daquela Mulher, como para lhes fazer festa!
Neste ponto, sempre no sonho, desatei a chorar, e pedi à Senhora que me falasse mais claro, porque não sabia o que ela queria dizer.
Então a Senhora me pôs a mão na cabeça e disse:
- A seu tempo tudo compreenderá.
Depois disso, um ruído qualquer me acordou.
Eu fiquei transtornado. Parecia-me ter as mãos doloridas pelos socos dados, e me queimasse o rosto pelos tapas recebidos.
Além disso, aquele Personagem, aquela Mulher, as coisas ditas e ouvidas, me ocuparam de tal forma a mente que, por aquela noite, não pude mais dormir."
(comentário do Reitor Mór dos Salesianos):
"Sabemos que pela manhã Joãozinho racontou o sonho aos seus familiares, despertando a hilaridade e a indiferença dos irmãos e da avó. Somente a Mãe - Margarida - intuiu a visão do futuro.
Por isso vos confio a Maria, para que ajude a cada um de vós a prolongardes, no hoje, o SONHO de Dom Bosco: ver os jovens felizes no tempo e na eternidade.
Esta a tarefa da educação salesiana."
============
Obs.: Vale a pena conferir o vídeo na íntegra (cerca de 25 minutos), pois os Salesianos de Dom Bosco têm muito a nos mostrar sobre o carisma de seu fundador.
Vídeo completo:
http://www.sdb.org/PR/Documenti/2008/...
Informações adicionais do vídeo:
http://www.sdb.org/sdb2006/index.asp?...
10 novembro 2007
O menino e as uvas
O homem pesou as uvas e entregou ao menino.
Após certa demora, o menino voltou satisfeito e entregou as uvas para a mãe.
Ao pegar o pacote, dona Lídia achou que estava muito leve, pesou e já telefonou para o mercado.
- Seu Manoel, o Nelsinho chegou com as uvas. Mas eu pedi dois quilos. Parece que o pacote não tem isso não.
- A senhora pesou as uvas?
- Sim, pesei no mercado , ao lado. Deu menos de dois quilos.
- Pode ser que minha balança não esteja certa. Antes, porém, lhe dou uma sugestão. Não leve a mal: seria bom pesar o menino também, antes e depois de comprar as uvas.
Dona Lídia entendeu a mensagem. Seu Manoel podia ter passado a perna. Mas o menino também poderia ter comido as uvas no caminho.
Quando nossos filhos têm alguma questão com colegas ou professores, sempre achamos que só os outros estão errados.
No Livro: "Histórias que Ensinam", página 78
Editora Mundo e Missão
www.missaojovem.com.br
08 janeiro 2007
Guarda Chuva Amarelo
Era uma vez um povoado todo cinzento e triste.
Quando chovia, todo mundo usava guarda-chuvas pretos, mas só e rigorosamente pretos.
O semblante de todos era muito carregado e triste. Debaixo de um guarda-chuva preto só podia ser assim.
Certo dia, em que a chuva desabava mais forte, apareceu, como por encanto, um senhor um tanto excêntrico, que ia desafiando aquele dilúvio,usando um guarda-chuva amarelo. Mas não só: avançava todo sorridente. Isso mesmo, ele sorria.
Alguns dos passantes, como sempre, sob guarda-chuvas negros, olhava para ele escandalizados e murmuravam:
– Que indecência, fica mesmo ridícula essa sua sombrinha amarela. Chuva é coisa séria e um guarda chuva só pode ser preto.
Outros ficaram indignados e se perguntavam alucinados:
– O que lhe deu na telha a esse sujeito de querer enfrentar a chuva com um guarda-chuva amarelo? Exibicionista.
Outros ainda fizeram queixa na polícia:
– É certamente um sujeito orgulhoso, alguém que faz de tudo para aparecer. Ele se parece mesmo divertido.
De fato, não havia nada de divertido naquele país de chuva permanente e de guarda-chuvas pretos.
Só Natacha não conseguia atinar o motivo daquelas críticas e um pensamento a inculcava:
– Quando chove, guarda-chuva é guarda-chuva, preto ou amarelo, o que interessa mesmo é guarde da chuva. E ponto final.
Percebeu, além disso, que aquele senhor mesmo debaixo de um guarda-chuva amarelo se sentia perfeitamente à vontade e feliz, e queria saber muito mais.
Um dia, ao voltar da escola, Natacha se deu conta de que havia esquecido o seu guarda-chuva preto em casa. Deu de ombros e se meteu na chuva sem nada na cabeça, deixando que a água lhe encharcasse o cabelo.
Quis o acaso que, dai a pouco ela topasse com... isso mesmo, com o homem do guarda-chuva amarelo.
– Servida?
Natacha hesitou. Se aceitasse, seria alvo de gozação. Entretanto, acudiu-lhe o pensamento:
– Quando chove, guarda-chuva é guarda-chuva, preto ou amarelo, que importa? Além disso, é melhor ter um guarda-chuva que ensopar-se de água.
Aceitou e viu-se debaixo do guarda-chuva do gentilíssimo senhor.
Então compreendeu porque aquele senhor era tão feliz: debaixo do guarda-chuva amarelo o mal tempo desaparecia. E em um céu azul, recortado de pássaros festivos, brilhava um grande e quente sol. Natacha ficou encantada e o senhor abriu-se para ela em um sorriso:
– Já sei, ficou encantada. Pois então, escute, explico tudo: houve um tempo em que eu também era muito triste neste pais de chuva sem fim, eu também usava um guarda-chuva preto. Certo dia, saindo do escritório, lá esqueci o meu guarda-chuva. Não voltei para apanhá-lo, fui andando para a casa assim, como estava. Eis que, enquanto caminhava, deparei-me com um senhor que me ofereceu entrar sob o seu guarda-chuva amarelo. Como você, hesitei, tinha medo de ser diferente, de tornar-me ridículo. Depois aceitei, porque o que mais temia mesmo era apanhar um resfriado. E me dei conta, como você, de que debaixo do guarda-chuva amarelo o mal tempo simplesmente desaparecia. Aquele senhor me ensinou que as pessoas, debaixo de um guarda-chuva preto, ficavam tristes e sem vontade de se comunicar. O gotejar da chuva e o preto da sombrinha os deixavam amarrados. Quando, de repente não o vi mais, percebi que estava segurando o seu guarda-chuva amarelo. Ele o teria esquecido? Tentei reencontrá-lo, mas não o vi mais. Por isso, guardei o guarda-chuva. Desde então o tempo sempre foi maravilhoso.
– Linda história! Entretanto, não sente remorso de ficar com um guarda-chuva de um outro?
– Absolutamente não! Porque sei muito bem que ele é de todos. Também aquele homem certamente o tinha recebido de alguém.
Quando chegaram na frente da casa de Natacha, despediram-se. Imediatamente, o homem, afastando-se, desapareceu. E a jovem se viu segurando seu guarda-chuva amarelo. Mas, então, aquele senhor: por onde andaria?
Assim, Natacha guardou aquele maravilhoso guarda-chuva amarelo. Também compreendeu que, mais dias, menos dias, o guarda-chuva haveria de mudar de dono. Passaria a novas mãos, a fim de levar serenidade a outras pessoas.
_____
Fábula recontada pelo Padre Pascual Chávez Villanueva (Reitor-mor dos Salesianos), no vídeo da Estréia de 2007 (mensagem de começo de ano do superior a toda família salesiana). Vídeo completo em: http://www.sdb.org/ (com opções de idiomas).
09 dezembro 2006
VIDA
A vida é a luz da manhã,
é o cheiro do verde hortelã,
um menino brincando na praça.
A vida é a chuva que cai.
É um sonho bonito de paz,
o jardim que enfeita a casa.
A vida é um gesto de amor,
a lição que se aprende da dor,
a ternura no olhar de um irmão.
A vida é o riacho que vai,
o sorriso amigo de um pai,
a cantiga do coração.
Vida é a água da fonte,
é um lindo horizonte,
é a paz no país.
Vida é um abraço apertado,
o amigo esperado,
que nos deixa feliz.
Vida é o olhar da criança,
é a fé na esperança,
a saudade de alguém.
Vida é um céu colorido,
é o pão repartido,
é a força do bem.
28 outubro 2006
CENOURAS, OVOS E CAFÉ
Uma filha se queixou a seu pai que sua vida e as coisas estavam muito difíceis Estava cansada de lutar e combater.
Seu pai a levou até a cozinha. Encheu três panelas com água e as colocou em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma, ele colocou cenouras; em outra colocou ovos e, na última, pó de café.
Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.
A filha deu um suspiro e esperou impacientemente. Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em outra tigela. Então, pegou o café com uma concha e o colocou também em uma tigela.
Virando-se para a filha, perguntou:
– Querida, o que está vendo?
– Cenoura, ovos e café, ela respondeu.
O pai pediu que ela experimentasse as cenouras. Ela obedeceu-lhe e notou que estavam macias. Pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela, depois de retirar a casca, verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu, ao sentir aquele aroma delicioso.
Perguntou, então, humildemente:
– O que isso significa, pai?
Ele explicou que cada um daqueles produtos havia enfrentado a mesma adversidade – água fervendo –, mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervente, amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis, mas depois de terem sido colocados na água fervente, seu interior se tornou mais duro. O pó de café, contudo, era incomparável. Depois de ter sido colocado na água fervente, ele havia mudado a água.
– Qual deles é você? – perguntou à filha. Você é uma cenoura, que parece forte, mas com a dor e a adversidade murcha, torna-se frágil e perde sua força, ou será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável? Você tinha um espírito maleável, mas depois de uma dor se tornou mais difícil e dura? Sua casca parece a mesma, mas você está amarga e obstinada, com o coração e o espírito inflexíveis? Ou, ainda, você é como o pó de café? Ele muda a água fervente para conseguir o máximo de seu sabor. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que tudo ao seu redor também se torne melhor.
Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada.
Dom Itamar Vian e Frei Aldo Colombo
"Abrindo caminhos – parábolas e reflexões"
Paulinas , 2ª edição, 2004, pág. 91 – 93
15 outubro 2006
FAZENDO A DIFERENÇA
FAZENDO A DIFERENÇA
Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia, próxima de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo.
Certo dia, caminhando pela praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto do vulto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.
– Por que está fazendo isso? – perguntou o escritor.
– Você não vê? – explicou o jovem – A maré está baixa e o Sol está brilhando. Elas vão secar e morrer se ficarem aqui na areia.
O escritor espantou-se:
– Meu jovem,existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.
O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor.
– Para essa, eu fiz a diferença.
Naquela noite o escritor não conseguiu dormir, nem sequer conseguiu escrever. Pela manhã, voltou à praia, uniu-se ao jovem e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
- "As mais belas parábolas de todos os tempos", vol.1
- Alexandre Rangel (Org.), Ed. Leitura, pág.97.
- Fonte: http://salvemaria.sites.uol.com.br/fazendo.htm
22 agosto 2006
SAIBA FLORESCER NOVAMENTE
Com a primavera,
tudo volta a florescer.
Saiba você, também,
abrir seu coração
aos encantos da vida!
Talvez você tenha tido dissabores
que lhe enfraqueceram o ânimo
e diminuíram a confiança.
Mas agora é tempo
de ressurgir,
é hora de recomeçar.
Veja, a seu redor,
quantos precisam de você,
de seu sorriso amigo,
de uma palavra amável,
de um gesto solidário!
Tome iniciativa:
tenha autoconfiança;
agradeça a Deus pela vida;
dê passos firmes
rumo a uma existência
mais fortemente motivada pela fé.
Seja possuidor
de um novo espírito
e um novo coração!
Setembro de 2006, pág. 23
www.omensageiro.org.br
21 julho 2006
Milho Bom
Em uma dessas ocasiões, um repórter ao entrevista-lo após mais um prêmio, ficou intrigado com a informação do fazendeiro, de que compartilhava a semente de seu milho - de tanta qualidade - com seus vizinhos.
- Porque o senhor compartilha a sua melhor semente com seus vizinhos quando, a cada ano, eles estão competindo com o seu produto? - quis saber o repórter.
O fazendeiro pensou por alguns instantes, e respondeu:
- Você não sabe, mas o vento apanha o pólen do milho maduro e o leva de campo em campo. Se meus vizinhos cultivarem milho inferior a polinização degradará continuamente a qualidade do meu milho. Por isso, se eu quiser cultivar milho bom, de qualidade, eu tenho que ajudar meus vizinhos a cultivarem milho bom e de qualidade também.
O fazendeiro estava atento à conexão da vida: o milho cultivado por ele só poderia melhorar se o produto do vizinho também tivesse a qualidade melhorada.
Esse exemplo vale para todos, e em diversas dimensões da vida. Quem escolhe estar em paz, deve fazer com que seus vizinhos também estejam em paz. Quem quer viver bem, deve ajudar os outros para que também vivam bem. E quem quer ser feliz, deve fazer de tudo para que os outros também encontrem a felicidade. O bem estar de cada um está ligado ao bem estar de todos.
Que todos nós consigamos ajudar nossos vizinhos a cultivarem um milho cada vez melhor.
"As mais belas parábolas de todos os tempos" Vol I, pág. 104
Alexandre Rangel (org.)
Editora Leitura
01 julho 2006
As quatro velas
A primeira disse:
– Eu sou a Paz! Apesar de minha luz, as pessoas não conseguem manter-me, acho que vou apagar.
E diminuindo devagarinho, apagou totalmente.
A segunda disse:
– Eu me chamo Fé! Infelizmente sou muito supérflua. As pessoas não querem saber de Deus. Não faz sentido continuar queimando.
Ao terminar sua fala, um vento bateu levemente sobre ela, e esta se apagou.
Baixinho e triste a terceira vela se manifestou:
– Eu sou o Amor! Não tenho mais forças para queimar. As pessoas me deixam de lado, só conseguem se enxergar, esquecem-se até daqueles à sua volta que os amam.
E sem esperar, apagou-se.
De repente... entrou uma criança e viu as três velas apagadas:
– Que é isto? Vocês deviam ficar acesas e queimar até o fim.
Dizendo isso, começou a chorar.
Então, a quarta vela falou:
– Não tenhas medo, criança. Enquanto eu queimar podemos acender as outras velas. Eu sou a Esperança!
A criança, com os olhos brilhantes, pegou a vela que restava e acendeu todas as outras.
Que a vela da esperança nunca se apague dentro de nós!
27 maio 2006
O TOMATE BOM
Já ouvi muito a história do tomate podre que estraga os tomates bons da cesta. Nunca ouvi a história do tomate bom que torna bons os tomates podres da cesta.
É assim com as frutas. É assim com os homens.
A companhia é determinante em nossa vida. As boas companhias fazem bem à gente. As más companhias fazem mal. Não há como fugir dessa realidade.
Entre adultos, pode-se abrir exceção à regra. Mas será sempre exceção. Enquanto que entre os jovens a regra é geral.
Quem anda com drogado acabará drogado. Quem anda com bebedores acabará sendo um deles. Quem anda com ladrões acabará aprendendo e fazendo o que fazem.
É assim nossa natureza. O homem é social. Ele procura companhias. Ele precisa conviver. Mas ele precisa escolher a convivência. Ele precisa escolher os amigos.
Uma boa amizade é um tesouro para a vida inteira. Uma amizade má estraga e corrompe a vida inteira. Põe tudo a perder.
Nós nos identificamos, sem perceber, com as companhias que freqüentamos. É correta a afirmação antiga: Dize-me com quem andas e te direi quem és.
É inacreditável a ingenuidade com que muitos pais contemplam passivamente os filhos desde cedo freqüentando maus ambientes e más companhias. Acreditam piamente que seus filhos são impermeáveis e imunes ao contágio. Quando surgem os desastres, ficam atoleimados.
Dizem-me que quem não é pai não é capaz de avaliar o que seja educar um filho hoje.
Mas eu conheço pais que conseguem educar filhos hoje. O problema não é o hoje. O problema é o modo de educar.
Todos os pais educam seus filhos no hoje de cada época. E sempre houve os que souberam e os que não souberam educar. Não importando a época. O que sempre importou foi o modo de educar.
Mas hoje, a avalanche dos que não sabem educar é assustadora. Uns casam-se despreparados. Outros entram nos modismos da modernidade e procuram ser atualizados. Outros ainda, obcecados pela sexualidade precocemente explorada, não tiveram a oportunidade e tempo para forjar a própria personalidade e não têm o que transmitir aos filhos.
Ouço pais dizerem que não podem manter os filhos numa redoma. E concordo com a afirmação. Mas por que jogá-los na fornalha? Entre a redoma e a fornalha existe o meio termo da sensatez e da disciplina. Ao que se chega através do diálogo inteligente, franco e firme.
Esta firmeza é o que faz falta. Quem sabe o que quer, luta até conseguir. Quem não sabe o que quer, desiste aos primeiros impactos.
Os filhos sempre pedem liberdade aos pais. Isto começa já na primeira adolescência. E é ai que o problema deve ser enfrentado. E é ai que muitos capitulam, perdem a batalha e comprometem os filhos.
O fato de os filhos pedirem liberdade é natural. O modo de os pais abordarem o pedido e agirem diante deles é que deve ser entendido.
Os pais precisam explicar ao adolescente que liberdade não é presente que se peça e que se receba no Natal ou no aniversário. Liberdade é algo que deve ser conquistado palmo a palmo, na medida da maturidade e na medida em que se comprova essa maturidade.
Todos os pais que abrem cedo demais o espaço da liberdade para os filhos, pagam caro essa imprudência. Logo depois, não sabem o que fazer para conter o desastre. E não há mesmo o que fazer.
O mínimo que os pais precisam saber é aonde os filhos vão e com quem eles andam. E tomar medidas a respeito, quando necessário.
Muitos não sabem aonde os filhos vão e com quem andam. Outros sabem, mas nada fazem a respeito. Preferem comprar a amizade dos filhos com a permissividade. Compram e perdem o que compram.
Depois alegam que educar hoje é difícil...
Eu entendo que educar hoje é o mais empolgante desafio que os pais podem enfrentar. E quando enfrentam, colhem os mais empolgantes resultados.
Mas é preciso enfrentar. Olhar só, não basta.
ZECCHIN, João Baptista. O tomate, o ipê e outras histórias – coletânea de textos nascidos do cotidiano. Petrópolis: Editora Vozes, 1999. pp160-162.
08 abril 2006
É preciso
Críticos, não briguentos.
Tolerantes, não conformados.
Ousados, não arrogantes.
Revolucionários, não idealistas.
Alegres, não risonhos.
Observadores, não abusivos.
Humildes, não submissos.
Sábios, não oportunistas.
Criativos, não espertos.
Verdadeiros, não transparentes.
Cidadãos, não indivíduos.
De fé, não hipócritas.
Homens, não projetos de gente.
É preciso ser, não ter.
É preciso precisar.
"Boletim Salesiano" (março/abril de 2006), pág. 30.
01 abril 2006
O que cantam as crianças
Que canto mais lindo
Que vem pelo ar
Vem vindo de todo lugar
Que canto mais lindo
Que brilho que luz
Encanta me abraça, seduz
Que canto mais lindo
Que força que tem
Que canto que me faz tão bem
Que voz de criança
Que cheiro de flor
Que verde esperança de amor
01 – Eu canto quanto for preciso (preciso for)
02 – Eu canto porque nunca vai ser demais
03 – Eu canto a liberdade, eu canto o amor
04 – E eu pela felicidade e a paz
05 – Eu canto pro poeta e pro sonhador
06 – Eu canto só de ver o verde jardim
07 – Eu canto aquela velha rima com flor
08 – E eu porque cantar é tão bom assim
_____________________________
09 – Eu canto pra espalhar o dom de viver
10 – Eu canto por aqueles que não tem pão
11 – Eu canto por amor aos que vão nascer
12 – Pra quem maltrata a terra, não canto não
13 – Eu canto até pra quem não quer me escutar
14 – Eu canto pelos que perderam a voz
15 – Eu canto por todos que vão se encontrar
16 – E eu por uma coisa dentro de nós
Música gravada pelo “Grupo Balão Mágico” por volta de 1985 / 1986
Composição de José Luis Perales
24 março 2006
Se a criança
Se a criança vive com hostilidade, ela aprende a agredir.
Se a criança vive com zombarias, ela aprende a ser tímida.
Se a criança vive com humilhação, ela aprende a se sentir culpada.
Se a criança vive com tolerância, ela aprende a ser paciente.
Se a criança vive com incentivos, ela aprende a ser confiante.
Se a criança vive com retidão, ela aprende a ser justa.
Se a criança vive com elogios, ela aprende a apreciar.
Se a criança vive com aprovação, ela aprende a gostar de si mesma.
Se a criança vive com aceitação e amizade, ela aprende a encontrar amor no mundo.
Editora Vozes. www.editoravozes.com.br
• E as nossas crianças, como vivem?
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22 março 2006
O Menino e a Tartaruga
O garoto vê uma tartaruga e se aproxima.
A tartaruga, ao ver o menino, recolhe-se no casco.
O menino, com uma vara, põe-se a bater no casco da tartaruga. Mas ela não se mexe. Parece uma pedra.
O avô fala:
– Escute, você não vai conseguir nada agindo assim. Quanto mais você bater, mais a tartaruga se recolherá em sua casa. Vou ensinar como fazer.
Alguns minutos mais tarde, os dois voltaram para a casa e o sábio avô coloca a tartaruga junto à lareira.
Logo, ela põe a cabeça para fora.
Itamar Vian
Sabedoria da Vida - Histórias que ensinam
Editora Santuário, 5ª edição, página 11.
Para pensar:
1) Por que enquanto o menino bate na tartaruga ela não se mexe?
2) Por que quando a tartaruga fica perto da lareira ela põe a cabeça para fora?
3) O que resolve os problemas: a violência ou o calor do amor? Por quê?
4) E você, como trata as pessoas: com violência ou com amor?