28 outubro 2006

CENOURAS, OVOS E CAFÉ

Uma filha se queixou a seu pai que sua vida e as coisas estavam muito difíceis Estava cansada de lutar e combater.

Seu pai a levou até a cozinha. Encheu três panelas com água e as colocou em fogo alto. Logo as panelas começaram a ferver. Em uma, ele colocou cenouras; em outra colocou ovos e, na última, pó de café.

Deixou que tudo fervesse, sem dizer uma palavra.

A filha deu um suspiro e esperou impacientemente. Cerca de vinte minutos depois, ele apagou as bocas de gás. Pescou as cenouras e as colocou em uma tigela. Retirou os ovos e os colocou em outra tigela. Então, pegou o café com uma concha e o colocou também em uma tigela.

Virando-se para a filha, perguntou:

– Querida, o que está vendo?

– Cenoura, ovos e café, ela respondeu.

O pai pediu que ela experimentasse as cenouras. Ela obedeceu-lhe e notou que estavam macias. Pediu-lhe que pegasse um ovo e o quebrasse. Ela, depois de retirar a casca, verificou que o ovo endurecera com a fervura. Finalmente, ele lhe pediu que tomasse um gole do café. Ela sorriu, ao sentir aquele aroma delicioso.

Perguntou, então, humildemente:

– O que isso significa, pai?

Ele explicou que cada um daqueles produtos havia enfrentado a mesma adversidade – água fervendo –, mas que cada um reagira de maneira diferente. A cenoura entrara forte, firme e inflexível, mas depois de ter sido submetida à água fervente, amolecera e se tornara frágil. Os ovos eram frágeis, mas depois de terem sido colocados na água fervente, seu interior se tornou mais duro. O pó de café, contudo, era incomparável. Depois de ter sido colocado na água fervente, ele havia mudado a água.

– Qual deles é você? – perguntou à filha. Você é uma cenoura, que parece forte, mas com a dor e a adversidade murcha, torna-se frágil e perde sua força, ou será que você é como o ovo, que começa com um coração maleável? Você tinha um espírito maleável, mas depois de uma dor se tornou mais difícil e dura? Sua casca parece a mesma, mas você está amarga e obstinada, com o coração e o espírito inflexíveis? Ou, ainda, você é como o pó de café? Ele muda a água fervente para conseguir o máximo de seu sabor. Se você é como o pó de café, quando as coisas se tornam piores, você se torna melhor e faz com que tudo ao seu redor também se torne melhor.

Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada.

Dom Itamar Vian e Frei Aldo Colombo
"Abrindo caminhos – parábolas e reflexões"
Paulinas , 2ª edição, 2004, pág. 91 – 93

15 outubro 2006

FAZENDO A DIFERENÇA

FAZENDO A DIFERENÇA

Era uma vez um escritor que morava em uma tranqüila praia, próxima de uma colônia de pescadores. Todas as manhãs ele caminhava à beira do mar para se inspirar, e à tarde ficava em casa escrevendo.

Certo dia, caminhando pela praia, ele viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto do vulto, ele reparou que se tratava de um jovem que recolhia estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, jogá-las novamente de volta ao oceano.

– Por que está fazendo isso? – perguntou o escritor.

– Você não vê? – explicou o jovem – A maré está baixa e o Sol está brilhando. Elas vão secar e morrer se ficarem aqui na areia.

O escritor espantou-se:

– Meu jovem,existem milhares de quilômetros de praias por este mundo afora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Você joga umas poucas de volta ao oceano. A maioria vai perecer de qualquer forma.

O jovem pegou mais uma estrela na praia, jogou de volta ao oceano e olhou para o escritor.

– Para essa, eu fiz a diferença.

Naquela noite o escritor não conseguiu dormir, nem sequer conseguiu escrever. Pela manhã, voltou à praia, uniu-se ao jovem e, juntos, começaram a jogar estrelas-do-mar de volta ao oceano.

"As mais belas parábolas de todos os tempos", vol.1
Alexandre Rangel (Org.), Ed. Leitura, pág.97.
Fonte: http://salvemaria.sites.uol.com.br/fazendo.htm
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